quarta-feira, 10 de junho de 2015

Trabalho Infantil x escolarização



O trabalho infantil rouba o futuro das crianças, tirando-as da escola,  reproduz ciclos de miséria, além de disponibilizar o adolescente a cooptação pelo tráfico e outros atos infracionais, portanto, deve ser largamente combatido, pois empobrece não só as pessoas, mas também o país.

Como já é de conhecimento popular, quanto maior a  escolarização maior é a renda e a possibilidade de quebrar ciclos de miséria.

Neste sentido, temos visto famílias de bairros periféricos, que diante das facilidades oferecidas pelo Prouni e Pronatec, entre outros programas, passaram a se preocupar em investir na escolaridade de seus filhos, retardando a entrada deles no mercado de trabalho.

Pesquisas mostram que quanto mais cedo a pessoa se torna ativa menor será sua renda após 30 anos de trabalho.



A cada grau de escolarizadão após o ensino fundamental a possibilidade de  renda dobra  e a possibilidade de desemprego cai pela metade.
Os conselhos tutelares, cientes deste fato, têm investido em combate à evasão escolar, aplicando medida de orientação prevista no ECA Art. 101 incios II e III e advertência aos pais prevista no ECA Art 129 inciso VII, pelo  fato de constituir crime passível de multa e detenção segundo o ECA Art. 249 e prisão segundo o Código Penal Artigo 246.

Recorte de situações denunciadas:aos CTs de SJC

Direito à educação - vaga escolar
205
10.4%
Direito à creche
240
12.1%
Em Situação de rua
22
1.1%
Evasão escolar
318
16.1%
Mendicância
11
0.6%
Trabalho infantil
12
0.6%

A intensidade da escolarização de uma criança ou de um jovem depende das condições econômicas familiares. Entre os jovens provenientes da terça parte mais pobre da população, ao completar o ensino fundamental passam a querer ingressar no mercado de trabalho. Consequentemente, ocuparão, no futuro, funções com baixa remuneração e seus filhos e dependentes terão baixos níveis educacionais. No outro extremo, boa parte daqueles jovens provenientes da terça parte mais favorecida economicamente conclui o ensino superior. Em comparação com seus colegas mais desfavorecidos, por estudarem por um número maior de anos e por terem frequentado escolas de melhor qualidade, exercerão atividades melhor remuneradas.

De uma forma geral, filhos de pais mal escolarizados, ocuparão funções mal remuneradas e seus filhos serão mal escolarizados; filhos de pais bem escolarizados, terão rendas mais altas no futuro e terão filhos melhor escolarizados.

Grau de Instrução
Quantidade
% empregado
% escolaridade
empregados / desempregados população ativa
Analfabeto
317
0,11
41
1 /5,2
Até o 5º ano Incompleto do Fundamental
5.339
1,89
5º ano Completo do Fundamental
5.545
1,96
Do 6º ao 9º ano Incompleto do Fundamental
12.971
4,59
Fundamental Incompleto
0
8,55
Fundamental Completo
29.730
10,51
15
1 / 2,58
Médio Incompleto
19.293
6,82
7
1 / 1,18
Médio Completo
151.139
53,45
26
1 / 2, 81
Superior Incompleto
9.950
3,52
Superior Completo
47.122
16,66
11
1 / 1,45
Mestrado Completo
1.016
0,36
Doutorado Completo
360
0,13
Total
282.782


550.686
RAIS - Ministério do Trabalho - 2012
PNAD 2010
PIA/2011 
Grifos do CT


O senso comum crê que o trabalho é a solução para a retirada das crianças/adolescentes das ruas e do envolvimento com drogas; que a formação profissional precoce facilita a inserção no mercado de trabalho; que é necessário para que haja a complementação da renda familiar; o que apontamos acima como  equivoco.

Tirar o tempo da formação escolar, cultural, esportiva  é definir o destino com impactos prejudiciais do trabalho precoce sobre a capacitação e a futura inserção deles no mercado de trabalho.


Romper esse círculo vicioso é fundamental, por isto os Conselhos Tutelares de São José dos Campos deram atenção ao fenômeno da evasão escolar,dedicou às matérias do Blog http://conselhotutelarsjc.blogspot.com.br/ a defesa do direito a educação, realizou 75 palestras em seis meses de atuação em 2013 e 250 palestras no ano de 2014, além de inúmeras ações nas sedes dos conselhos, tais como advertências aos pais, orientação aos alunos e discussões de caso com mediadores e orientadores pedagógicos.

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